quarta-feira, 20 de maio de 2009

Marcelito e os 10 milhões de analistas
Não há tema, ideia ou decisão sobre a qual não tenham uma opinião bem sedimentada.Ligamos o rádio e eles lá estão. Sim senhor Manel Acácio? Queria cumprimentar todo o auditório….. a minha opinião é esta. 3 minutos a ouvir estes fóruns, uma visita ao futebol uma vez por ano e temos um panorama claro da evolução em Portugal. Como se fosse um programa de discos pedidos. Milhões de marcelitos comentam o dia a dia e todas as decisões com um à vontade incrível:
-“ … este governo só faz disparates. Esse engº que não é engenheiro pensa ..”
-“ …eles só querem é o nossos dinheiro para se passearem em grandes carrões na marginal e não fazerem nada”.-
“… se fosse eu acabava com os políticos todos.”-
“… nós já não temos políticos de verdade nem dirigentes de verdade”
Ainda um dia pensei em coleccionar os disparates que são ditos, mas felizmente desisti. A profundidade das análises é alarmante. O conhecimento que as pessoas têm dos assuntos que comentam é interessante. Ninguém sabe verdadeiramente do que se trata mas dos interesses que afecta ou das benesses que não confere. Estes novos marcelitos são uma praga endémica das rádios ditas participativas. Marcelo criou uma praga.
Não quero mais ouvir esta gente. Estou farto deles. Agarram-se ao telefone com desespero para alguns segundos de glória e bota baixo. Estou farto daquela energia negra “se fosse eu a mandar acabava com estes partidos todos”. De todo aquele autoritarismo e conversa alarve.
Em que escola terão aprendido? Que mestres tiveram para chegar aqui? Bem a verdade é que os debates mensais com o Governo na Assembleia, o falatório ali produzido nesses vazios momentos são muito semelhantes embora umas centésimas mais elevado. Reproduzem-se como coelhos, crescem, fazem poses de humilhados e ofendidos para a rádio, falam, falam mas não dizem nada. Pura alarvice.
Existe entre a nossa gente uma incultura horripilante. Interesses rasteiros e oportunistas pululam por todo o lado. Este povo tem cada vez menos interesse.

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